Registei em meu caderno grande e preto,
Detalhes do seu rosto claro e encantador,
Como se por um segundo, depois daquela manhã,
Dele eu tivesse me esquecido.
Registei em meu caderno grande e preto,
Seu nome e sobrenome, junto com todas as coisas,
Das quais tenho medo de sentir,
Porque sei que são apenas ilusões.
Registei, mas sem necessidade,
Registei tudo a lápis,
Afinal mesmo que com o tempo fiquem inelegíveis,
Continuarei lembrando de cada palavra por mim escrita.
Tenho uma óptima memória,
Quase fotográfica,
Deve ser por isso que sofro muito,
Lembro de coisas que não deveria,
Coisas antigas demais.
Eu sei o que estou fazendo,
Falando de ti,
Juntando a lenha,
Para a fogueira arder,
Junto com a chama,
Do que hoje chamo de paixão,
Mesmo sabendo que é mera ilusão,
Do meu triste e vazio coração,
Que procura alguém parecido com ele,
Para preencher esse espaço em branco,
Que deixou quando partiu.
Eu sei como isso termina,
Você triste e eu sozinha,
Lamentando pela amizade perdida,
Lamentando pelas promessas esquecidas,
Você não vai mais dizer meu nome,
Esquece-lo será seu maior desejo,
Junto com as fotos “acidentalmente vistas”,
Nada disso fará sentido.
Já disse antes e repito,
Sou muito fácil de iludir,
Mas não sou tão boba quanto pareço,
Meu subconsciente é malvado,
E faz coisas más das quais sempre me arrependo,
Por isso se quiser me ter por perto,
Esse é o momento certo,
De parar o que está fazendo,
E aceitar que o que teremos,
Não passará da zona da amizade.