Ela rotulou de amor, e não se importou que a chamasse dramática, que não secasse suas lágrimas, “ porque as mulheres usam isso pra manipular os homens”.
Ela rotulou de amor, e não se importou que falasse que só estava linda pela maquiagem, que devia ser mais sexy, mais vaidosa, mais gostosa.
Ela rotulou de amor, e não se importou que não a deixasse ser ela mesma, que sempre a fizesse sentir reprimida, vivendo todo dia em uma pequena caixa.
Ela rotulou de amor, e não se importou que não andassem de mãos dadas, que não a chamasse linda, que só tocasse em uma única parte de seu corpo.
Ela rotulou de amor, e não se importou todas vezes que a agarrou pelo braço, todas vezes que a fez sentir humilhada, perdoou antes mesmo que pedisse.
Ela rotulou de amor, e não se importou que não fizesse nada por ela sem esperar algo em troca, que não a apoiasse porque “confia nela, mas não confia nos outros”.
Ela rotulou de amor, e fez de tudo para que desse certo, deu seu sangue , depois sua alma e nunca se importou que não fosse recíproco, o amor dela bastava.
Ela rotulou de amor, a dependência emocional que tinha, a dor no peito ao te ver partir nada mais era além do medo de nunca mais ter alguém.
Mas talvez seja melhor assim…
Eléusia Sydney 